quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A FILOSOFIA DE Lao-tsé





Contemporâneo de Confúcio, Lao-tsé fundou o Taoísmo e também empregou a noção de equilíbrio cósmico entre yin e yang.

       Transcrição de Texto
     
       (....)
       Lao-tsé descreve a "Mãe Eterna" como como a essência do universo inerente no fundo de todas as coisas, efetuando ao mesmo tempo ordem e mutação. Essa força misteriosa é invisível e não tem nome:

      "Não podemos descrever o começo do Céu e da Terra".
      As coisas relativas não podem ser definidas com palavras, qualquer descrição é mera comparação.
      Quem compreender isso também compreenderá que o que é relativo forma uma Unidade com o Ser Absoluto de Tudo.
      Quando reconhecemos uma coisa mais bela, desta forma já achamos a outra feia ou má.
      Quando consideramos fácil uma coisa, já definimos a outra como difícil.
      O Alto e o Profundo são dois aspectos da mesma Harmonia.
      Portanto, o Sábio age com mansidão e orienta com palavras suaves. Ele age em uníssono com as leis naturais e oculta o seu eu.

      Visto de fora, o Tao parece vazio e, no entanto, está repleto de energia inesgotável. Essa energia está à disposição dos que lhe compreendem a essência.
       O Tao aponta o caminho e destrói a confusão interior e exterior. Ele não tem começo nem fim.

       Lao-tsé deu o nome provisório de Tao à força cósmica original, que significa algo como "caminho" e sugere movimento de seres e ocorrências através do tempo e do espaço. O Tao desenvolve-se de si mesmo, ordena a si mesmo e transforma-se incessantemente segundo leis eternas. É o fundamento de todas as coisas no céu e na terra. Sua força materna tem uma influência suave no curso das coisas, sem entretanto governar abertamente: " ...É a mãe inconcebível, a raiz do Todo". (....) Segundo Lao-tsé, a nossa meta deveria ser viver em sintonia com essa força. Devemos ser modestos, suaves e adaptáveis. Aquele que se intromete com violência no curso natural das coisas prejudica a si mesmo e causa o caos. Nossos pensamentos devem aproximar-se da realidade e ser flexíveis e, se preciso, nossas opiniões devem mudar tanto quanto a temperatura. Devemos nos sentir fortes por meio do nosso contato com o Tao e, no entanto, mostrar-nos exteriormente fracos e insignificantes. A mania de buscar o poder, a posse e a fama não traz felicidade, pois essas coisas dependem da boa vontade de terceiros.

 (....) Governantes hábeis alcançam o sucesso por cuidarem conscientemente de todos os detalhes, enquanto os dirigentes fortes e autoritários ocasionam conflitos e catástrofes pelo seu modo de proceder. A distribuição de renda da população deveria ser feita  com muita justiça, para não suscitar invejas nem induzir as pessoas ao roubo.
      Em quase cada página do Tao-te King podemos descobrir uma alusão ao suave modo da vida yin, ou ao elemento yin na ordem social ou cósmica. Talvez isso esteja interligado com a própria vida de Lao-tsé.  Segundo tradições chinesas, ele nasceu em 604 a.C., e era filho de um camponês. Demonstrou grande interesse pela filosofia e pelos textos antigos em sua juventude. Mais tarde tornou-se arquivista na corte de um príncipe, onde teve um vislumbre da vida palaciana e da política. As intrigas, extravagâncias e futilidades logo o enojaram, e ele sentia saudades da vida natural.
      Podemos inerir que, entre os antigos textos, ele tenha encontrado algumas referências e culturas e costumes antigos que se aproximavam do modelo matriarcal sugerido no seu livro. Arqueólogos e historiadores da atualidade comprovam a existência dessas sociedades pacíficas na antiga China, no sudoeste asiático e  em outros pontos da Terra.
(...) O nome Lao-tsé é um título de nobreza cujo significado é "O Velho" ou "Criança Sábia", pois seu verdadeiro nome é Li  Pe-jang. Conta-se que Lao-tsé abandonou sua terra natal em idade avançada. Ao chegar à fronteira, um guarda pediu-lhe para deixar algumas palavras sábias para seus conterrâneos. Ele realizou esse desejo escrevendo, num só dia, a mais bela e profunda obra da literatura chinesa, o Tao-te King. Depois disso, ele se recolheu à sua tão amada solidão e nunca mais foi visto.

       
                                       
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Fonte: Yin - yang - Polaridade e harmonia em nossa vida - páginas: 94, 95, 96. 97  e 98
           Christopher Markert - Cultrix - 1983 - São Paulo    


Luz no Coração (*)
Zenalva Rita  
 






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